Soube da morte de Saramago durante um Seminário no Salão Nacional do Livro Infanto Juvenil, cujo tema era a escritura indígena, a memória da Floresta em solo urbano; os debatedores, escritores de vários povos indígenas, como Eliane Potyguara, Daniel Munduruku, Marcos Terena... Ali estavam presentes as questões humanas, tão humanas, presentes na obra de Saramago; ali estava a sabedoria anterior ao letramento, que agora se faz palavra escrita para tornar-se instrumento de afirmação cultural. Para que se cumpra o "Povo é quem mais ordena".
Este é um dos vídeos que mais gosto de José Saramago. Diferente dos de entrevistas, aqui ele está em sua biblioteca, em Lanzarote, cercado de pessoas e, principalmente junto a Pilar del Rio _ seu amor _ cantando Grândola Vila Morena _ a canção senha para o início da Revolução dos Cravos, que terminou com a ditadura salazarista em Portugal. Dentre todos os vídeos , este é o que, em minha opinião, mais representa seu vigor intelectual que tanto me encanta. Que a canção, os aplausos e o Viva Portugal proferido ao final do vídeo, sejam homenagem ao escritor, em cujos livros naveguei para a descoberta da terra de meus ancestrais.
Leia também a belíssima postagem da Professora Fátima Campilho, no Blogstórias Essenciais.
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