"QUE A ÁGUA SEJA REFRESCANTE. QUE O CAMINHO SEJA SUAVE. QUE A CASA SEJA HOSPITALEIRA. QUE O MENSAGEIRO CONDUZA EM PAZ NOSSA PALAVRA."
Benção Yoruba

sábado, novembro 22, 2008

Há 98 anos, nas águas da Guanabara: por 365 dias de Consciência Negra

A todos os homens e mulheres que ainda têm por monumento as pedras pisadas do CAIS...






Qui, 20 Nov, 09h09


"Depois de seis anos de resistência da Marinha, João Cândido Felisberto, líder da Revolta da Chibata, ganha hoje um monumento diante do mar, para além "das pedras pisadas do cais" que Aldir Blanc e João Bosco registraram na canção "Mestre-Sala dos Mares". Para marcar as comemorações do Dia da Consciência Negra, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva reinaugura hoje a estátua em homenagem ao Almirante Negro, que finalmente foi instalada em frente à Estação das Barcas, na Praça 15, no centro do Rio de Janeiro.

A obra estava pronta há seis anos, mas só depois da anistia póstuma ao ex-marinheiro, assinada por Lula há 4 meses, a Marinha concordou com a transferência dela para o centro. Diante da Baía de Guanabara - palco da revolta de 1910, que pôs fim aos castigos corporais nos navios de guerra -, a estátua ficará perto do 1.° Distrito Naval. Mesmo assim, a Força não mudou sua opinião sobre o homenageado. Para a Marinha, João Cândido não pode ser herói.

Projeto do ministro-chefe da Secretaria de Promoção da Igualdade Racial, Edson Santos, de 1993, a homenagem a João Cândido só saiu do papel em 2002, quando, como deputado, ele conseguiu recursos da Petrobras para custear a obra do artista plástico Walter Brito. À época, o prefeito Cesar Maia (DEM) não autorizou a instalação da estátua na Praça 15, porque a Marinha não concordara. A estátua ficou num canto do jardim do Palácio do Catete, onde funciona o Museu da República.

Para Santos, a Marinha acabará reconhecendo nele "um herói negro". "Zumbi levou 300 anos para ser reconhecido. A disciplina traz dificuldades aos militares para tratar do tema do ponto de vista histórico, mas não creio que haveria reflexos na hierarquia esse reconhecimento." Em nota, a Marinha reafirma que a liderança de João Cândido não pode ser considerada "ato de bravura ou de caráter humanitário".

JOÃO CÂNDIDO Entrou para a Marinha aos 13 anos.O açoite do marinheiro Marcelino Rodrigues, no dia 22 de novembro de 1910, desencadeou a rebelião dos marinheiros, de maioria negra, contra os castigos físicos remanescentes da escravidão. À frente do grupo, a bordo do encouraçado Minas Gerais, estava João Cândido. Houve ataques à cidade e seis oficiais da Marinha foram mortos pelos revoltosos. Sobrevivente do degredo e do fuzilamento dos envolvidos, João Cândido foi expulso da Marinha. Chegou a ser internado em um hospício e trabalhou até o fim da vida, na Praça XV, descarregando peixes de navios. Morreu aos 89 anos, desamparado e com câncer, em 1969. "

FONTE: http://br.notícias yahoo.com








A imortal Elis Regina, canta a música MESTRE SALA DOS MARES, de João Bosco e Aldir Blanc, com a letra original, censurada pela ditadura militar.


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