"QUE A ÁGUA SEJA REFRESCANTE. QUE O CAMINHO SEJA SUAVE. QUE A CASA SEJA HOSPITALEIRA. QUE O MENSAGEIRO CONDUZA EM PAZ NOSSA PALAVRA."
Benção Yoruba

quinta-feira, junho 05, 2008

Notícias de Porto Alegre - II









Para o evento promovido pelo CENTRATE (ver postagem "Notícias de Porto Alegre I), formamos uma equipe para ministrar o workshop: O Vento celebra a Pele e traz a Palavra. Eu, Marcya Vasconcellos, Maria da Glória Garcez e Romney de Oliveira, mergulhamos em um mito de Iansã, pesquisando cores, símbolos, músicas, que dessem conta do campo simbólico da Senhora dos Ventos e Tempestades.

Para a confecção dos mantos, que representariam a pele animal reconquistada, a nossa inspiração foi o trabalho de Arthur Bispo do Rosário.

Sabemos o quão delicado é trabalhar o campo simbólico afro-brasileiro em contexto arteterapêutico; nosso cuidado foi em esclarecer que, embora o mito e a estética afro-brasileira estivessem ali mencionados, tratava-se de um trabalho em Arteterapia. Ao mesmo tempo, cuidamos em reiterar nosso respeito por este campo simbólico, sagrado para sigificativa parcela d@s brasileir@s.

Abaixo, segue o texto que distribuímos após o workshop.


Mitos são histórias que falam, através dos tempos, do significado e do sentido da vida. Embora alguns considerem que os mitos pertencem ao passado, eles se encontram em nosso dia-a-dia, nos filmes de super-heróis, nas histórias em quadrinhos, e em todos os momentos rituais de nossa própria história de vida: do nascimento até o momento da passagem pelo portal da morte. Conhecê-los e entendê-los é uma maneira de dar significado a nossa própria existência. Eles são as pistas que nos ajudam na busca do si-mesmo


Nós, brasileiros, somos o resultado da combinação de diferentes raças. Assim sendo, o nosso imaginário coletivo é povoado por mitos de diferentes origens: indígenas, européias e africanas. Esse é, portanto, o conjunto de mitos que povoa a nossa psique. Conhecê-los e trabalhá-los é ter em mãos a possibilidade de nos aprofundarmos em nossas questões existenciais.

Tendo como fio condutor o mito yorubá no qual Iansã recupera sua pele de búfala, escondida por seu marido, Ogum; o workshop tem como objetivo o trabalho com a identidade.

Escolheu-se o mito de Iansã, de origem africana, como uma maneira de dar vez e voz aos mitos que a sociedade “branca” vem tentando calar ao longo de nossas memórias. Conhecer esse mito, dialogar com seus símbolos, é permitir que aspectos negados até então possam surgir e se integrar à consciência. Com esse objetivo, organizou-se uma vivência em que diferentes recursos expressivos serão utilizados: movimento, som, escrita e imagem.


2 comentários:

Anônimo disse...

Olá Eliana, só passei para deixar resgistrado o enorme prazer que foi trabalhar com você, Glória e Marcya, em um mito, que a mim, particularmente encanta. Que seja a primeira de muitas parcerias nossas. Beijos. Romney

Fátima Campilho disse...

Que legal, Eliana.
Você é mesmo fera no assunto.
Nem sabia de suas andanças...
Abraços.