Aqui estou com minha bisavó Anna. Nesta foto estão presentes dois campos simbólicos que demarcam minha trajetória profissional: o feminino e a ancestralidade. Não por acaso sou professora de História e Contadora de Histórias. Narrativas são o meu deleite. Como professora de História, sempre busquei as histórias fora da história oficial; como contadora de histórias, mergulho nas imagens multifacetadas produzidas pela humanidade, procuro as trilhas de sabedoria deixadas por nossos ancestrais. Anna, uma benzedeira, contava histórias de santos católicos. Eu conto histórias de Orixás.
A primeira vez que me considerei fazendo arte foi na militância partidária. Nos anos 90, dividi meu tempo entre a campanha teatral e, mais tarde, gabinete político- teatral do teatrólogo Augusto Boal e a minha dissertação de Mestrado em História, na PUC do Rio de Janeiro. Caminhando entre a apolínea PUC e o dionisíaco Centro de Teatro do Oprimido, passei quatro anos respirando duas qualidades de poeira: a dos arquivos, onde pesquisava, e a das ruas, onde eram realizadas as apresentações teatrais. Declaro que, até hoje, sou apaixonada pelas duas atividades. Tanto no teatro quanto no mestrado, o foco do meu trabalho era no feminino. Na época, era uma mulher dividida entre Atena e Afrodite; hoje me declaro filha de Oxum .
Venho de uma família de muitas mulheres, ouvia histórias de suas vidas, assisti algumas delas serem afastadas do sagrado direito de exercer seu potencial criativo. Foram precisos poucos anos de faculdade de História e, mais tarde, Ciências Sociais, para começar a estabelecer a ponte entre o pessoal e o político. O pessoal é político, já dizia o movimento feminista.
No magistério tive a oportunidade de vivenciar o que se tornou um divisor de águas em minha trajetória profissional: durante quatro anos trabalhei como professora na Penitenciária Feminina Talavera Bruce. O feminino apresentava-se ali, em uma de suas faces mais sofridas, sombrias e profundas.
Quando junto fotos imaginárias do meu trabalho tanto com as mulheres, na Talavera Bruce quanto nos dias atuais, contando histórias ou como arteterapeuta, percebo que um fio une as diversas práticas _ a exclusão e as histórias silenciadas, contadas por outrem. O que mudou foi minha maneira de lidar com essas histórias. Se antes priorizava apenas a denúncia ,ação importante, sem dúvida, hoje priorizo a transformação. Mais do que denunciar uma situação de sequestro da cidadania, hoje busco trabalhar com o brilho inerente a cada ser humano.
A primeira vez que me considerei fazendo arte foi na militância partidária. Nos anos 90, dividi meu tempo entre a campanha teatral e, mais tarde, gabinete político- teatral do teatrólogo Augusto Boal e a minha dissertação de Mestrado em História, na PUC do Rio de Janeiro. Caminhando entre a apolínea PUC e o dionisíaco Centro de Teatro do Oprimido, passei quatro anos respirando duas qualidades de poeira: a dos arquivos, onde pesquisava, e a das ruas, onde eram realizadas as apresentações teatrais. Declaro que, até hoje, sou apaixonada pelas duas atividades. Tanto no teatro quanto no mestrado, o foco do meu trabalho era no feminino. Na época, era uma mulher dividida entre Atena e Afrodite; hoje me declaro filha de Oxum .
Venho de uma família de muitas mulheres, ouvia histórias de suas vidas, assisti algumas delas serem afastadas do sagrado direito de exercer seu potencial criativo. Foram precisos poucos anos de faculdade de História e, mais tarde, Ciências Sociais, para começar a estabelecer a ponte entre o pessoal e o político. O pessoal é político, já dizia o movimento feminista.
No magistério tive a oportunidade de vivenciar o que se tornou um divisor de águas em minha trajetória profissional: durante quatro anos trabalhei como professora na Penitenciária Feminina Talavera Bruce. O feminino apresentava-se ali, em uma de suas faces mais sofridas, sombrias e profundas.
Quando junto fotos imaginárias do meu trabalho tanto com as mulheres, na Talavera Bruce quanto nos dias atuais, contando histórias ou como arteterapeuta, percebo que um fio une as diversas práticas _ a exclusão e as histórias silenciadas, contadas por outrem. O que mudou foi minha maneira de lidar com essas histórias. Se antes priorizava apenas a denúncia ,ação importante, sem dúvida, hoje priorizo a transformação. Mais do que denunciar uma situação de sequestro da cidadania, hoje busco trabalhar com o brilho inerente a cada ser humano.
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