"QUE A ÁGUA SEJA REFRESCANTE. QUE O CAMINHO SEJA SUAVE. QUE A CASA SEJA HOSPITALEIRA. QUE O MENSAGEIRO CONDUZA EM PAZ NOSSA PALAVRA."
Benção Yoruba

quinta-feira, setembro 17, 2009

O Anjo de Guarda leitor: um causo da Bienal do Livro.


Sabemos o tempo é relativo ! Em alguns momentos se arrrrastaaaa como um Jabuti e, em outros, precisamos correr atrás dele, tal qual Alice seguindo o Coelho. Esta semana está coelhíssima: um Moitará para organizar, uma Olimpíada de História para participar como orientadora de uma equipe (reuniões + reuniões para organizar a garotada ) e a Bienal do Livro !

O Moitará será no dia 20; a Olimpíada, no dia 21. Foi preciso, então, espremer, esticar, puxar e trocer a agenda para desfrutar de um dia na Bienal. Lá fui eu, na terça-feira, dia 15, munida de uma boa mala com rodinhas para carregar as compras...

Moradora da Ilha do Governador, sem carro, pouco acostumada com a condução pela Linha Amarela, fiz o caminho tradicional:
-Da Ilha ao centro da Cidade, para pegar o metrô.
-Do metrô, desci em Copacabana para pegar o ônibus de integração para o Terminal Alvorada, na Barra da Tijuca.
-Do Terminal Alvorada, um ônibus para o Rio Centro.
Gastei quase duas horas, na maior felicidade !

Comecei as compras... Quantos livros ! Enchi a mala, mais os que 'sobraram' em uma sacola. Então que o peso de ser uma leitora se fez sentir... l-i-t-e-r-a-l-m-e-n-t-e... Mesmo a tal mala com rodinhas emperrava em alguns trechos. A sacola, a princípio ligeiramente pesada, começou a pesar feito chumbo. Iniciei os preparativos para voltar para casa... E foi aí que me dei conta do que estava à minha espera:
-Um ônibus do Rio Centro até o terminal Alvorada.
-Um ônibus de integração até o metrô, na estação Siqueira Campos
-Metrô até o centro da Cidade.
-Uma condução para a Ilha do Governador

Confesso: Gosto desses passeios de ônibus, mas sem que esteja carregando malas e sacolas. Já estava cansada, não conseguia pensar em um plano B para encurtar o caminho. Entrei em estágio de personagem de desenho animado _ aquele que anda se arrastando pelo deserto, com meio palmo de língua para fora, ao som de música dissonante.

Inesperadamente, vozes celestiais...
"E aí, professora ? 'Tá andando muito?"
"O ônibus vai voltar daqui a pouco para a Ilha, quer carona ?"
Eram duas colegas, professoras de Língua Portuguesa, da escola que trabalho. Estavam acompanhando estudantes à Bienal.

Criei alma nova ! Voltei, com mala e sacola, bem confortável, pela Linha Amarela (caminho bem mais curto) e fiquei praticamente na porta de casa.

É verdade que eu poderia ter entrado em contato com a escola para saber qual o dia/hora da visita à Bienal...Mas aí eu não teria vivido esta quase aventura, não teria esta história para contar... e não saberia que meu Anjo de Guarda é um leitor, protetor das criaturas que transportam malas e sacolas de livros em grandes distâncias.

Se é verdade eu não sei. Eu só sei que foi assim...


Um comentário:

Drika disse...

Muito bom!!!
Dizem que os Deuses protegem as crianças,os bêbados e os loucos...no seu caso, louca por livros!