IMAGEM: CELEBRAÇÃO DA ABERTURA DO RIPPLE EFFECT FESTIVAL, TORONTO, CANADÁ, 1997. FESTIVAL QUE REUNIU PRATICANTES DO TEATRO DO OPRIMIDO DA EUROPA E AMÉRICAS. (ARQUIVO PESSOAL)
Enquanto digito esta postagem, o corpo de Augusto Boal está sendo cremado.
Desde ontem estou imersa na saudade, nas boas lembranças e na gratidão. Do Augusto Boal teatrólogo, todos sabem a importância. Então construirei minha narrativa de um outro ponto de vista:
Era uma vez uma professora, da Ilha do Governador, militante sindical e partidária ,que um dia conheceu um teatrólogo mundialmente famoso. Entrou quase de penetra na peça de um grupo de professoras, suas conhecidas, que encenavam um Teatro Fórum, sob a direção de Augusto Boal. Pouco tempo depois, uma proposta irrecusável: um final de semana inteiro participando de uma oficina das técnicas do TEATRO DO OPRIMIDO, na Aldeia de Arcozelo, RJ...
Durante a oficina, um comunicado: Augusto Boal sairia candidato a Vereador do município do Rio de Janeiro, pelo Partido dos Trabalhadores; trazia a proposta do Teatro como ferramenta para debate e transformação social. Os projetos a serem apresentados pelo vereador sairiam do debatem em cena: era a pesquisa do Teatro Legislativo.
A professora era muito curiosa, e talvez, por hábito da profissão, desejou aprender como se 'fazia aquela coisa'. Topou, fez campanha teatral, representou nas ruas, nos palanques, onde quer que tivesse gente disposta a ouvir...
Na campanha, surgiria o slogan que acompanha a professora, até hoje. Na época, o slogan do Lula era: Sem medo de ser feliz. Boal dizia não bastar não ter medo, para ser feliz era preciso ter coragem... Estava, então, estabelecido o slogan da campanha, do mandato, e da vida da professora: Coragem de ser feliz !
Vereador eleito, e lá foi a professora fazer parte do Gabinete Político-teatral... Trabalhava de domingo a domingo, em comunidades, em manifestações, onde quer que fosse necessário discutir, reivindicar, organizar... Mas aí uma grande paixão se instalou em sua vida: o Teatro, ou melhor dizendo, o processo criativo, altamente transformador que é a teatralidade humana e o fazer teatral. Essa paixão quase custou seu Mestrado! Imaginem escrever uma dissertação com a Vida clamando nas ruas...
Terminado o mandato, o teatro continuou, desta vez com investigações criativas, novas buscas, novos horizontes. Com o Teatro, a professora (de História) foi ao Canadá e pasmem...Egito! Ver ao vivo e a cores o que só via em livros.
Aprendeu que para trabalhar com gente, tem que correr os mesmos riscos.
Aprendeu que todos podem fazer Teatro, até os atores.
Aprendeu que cidadão é quem transforma o mudo em um lugar mais belo e justo.
Aprendeu que para ser feliz é preciso coragem.
Tudo isto com o Centro de Teatro do Oprimido e com Augusto Boal.
O encontro com Augusto Boal transformou minha vida. Deixei de ser espectadora, de ficar só na platéia. Assumi o palco e, principalmente, cultivo a Coragem de ser Feliz !
Desde ontem estou imersa na saudade, nas boas lembranças e na gratidão. Do Augusto Boal teatrólogo, todos sabem a importância. Então construirei minha narrativa de um outro ponto de vista:
Era uma vez uma professora, da Ilha do Governador, militante sindical e partidária ,que um dia conheceu um teatrólogo mundialmente famoso. Entrou quase de penetra na peça de um grupo de professoras, suas conhecidas, que encenavam um Teatro Fórum, sob a direção de Augusto Boal. Pouco tempo depois, uma proposta irrecusável: um final de semana inteiro participando de uma oficina das técnicas do TEATRO DO OPRIMIDO, na Aldeia de Arcozelo, RJ...
Durante a oficina, um comunicado: Augusto Boal sairia candidato a Vereador do município do Rio de Janeiro, pelo Partido dos Trabalhadores; trazia a proposta do Teatro como ferramenta para debate e transformação social. Os projetos a serem apresentados pelo vereador sairiam do debatem em cena: era a pesquisa do Teatro Legislativo.
A professora era muito curiosa, e talvez, por hábito da profissão, desejou aprender como se 'fazia aquela coisa'. Topou, fez campanha teatral, representou nas ruas, nos palanques, onde quer que tivesse gente disposta a ouvir...
Na campanha, surgiria o slogan que acompanha a professora, até hoje. Na época, o slogan do Lula era: Sem medo de ser feliz. Boal dizia não bastar não ter medo, para ser feliz era preciso ter coragem... Estava, então, estabelecido o slogan da campanha, do mandato, e da vida da professora: Coragem de ser feliz !
Vereador eleito, e lá foi a professora fazer parte do Gabinete Político-teatral... Trabalhava de domingo a domingo, em comunidades, em manifestações, onde quer que fosse necessário discutir, reivindicar, organizar... Mas aí uma grande paixão se instalou em sua vida: o Teatro, ou melhor dizendo, o processo criativo, altamente transformador que é a teatralidade humana e o fazer teatral. Essa paixão quase custou seu Mestrado! Imaginem escrever uma dissertação com a Vida clamando nas ruas...
Terminado o mandato, o teatro continuou, desta vez com investigações criativas, novas buscas, novos horizontes. Com o Teatro, a professora (de História) foi ao Canadá e pasmem...Egito! Ver ao vivo e a cores o que só via em livros.
Aprendeu que para trabalhar com gente, tem que correr os mesmos riscos.
Aprendeu que todos podem fazer Teatro, até os atores.
Aprendeu que cidadão é quem transforma o mudo em um lugar mais belo e justo.
Aprendeu que para ser feliz é preciso coragem.
Tudo isto com o Centro de Teatro do Oprimido e com Augusto Boal.
O encontro com Augusto Boal transformou minha vida. Deixei de ser espectadora, de ficar só na platéia. Assumi o palco e, principalmente, cultivo a Coragem de ser Feliz !
NA FOTO QUE ABRE ESTA POSTAGEM , AUGUSTO BOAL ESTÁ EM CADA UM DE NÓS...
ONDE ESTARÁ SEMPRE !
OBRIGADA BOAL !
3 comentários:
Sem dúvida, é preciso coragem!
Saudades.
Beijos
Gostei do blog, voltarei mais vezes, espero você no meu hein? Abraços fortes...
Un comentario moi lindo...
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